(contribuições para a instrução política futura.)
A história merecia ser melhor contada mas o bardo imigrou e os analfas não aceitaram candidaturas nem fizeram concurso público a preceito da nossa constituição crucificada. Mas a historia é crónica e os analfas adormecidos pela vitória, não se aperceberam da geração espontânea dos alfabéticos, em hipótese, aprovados pela junta especializada.
Logo ao 4º dia na presença notarial do bispado e elite emplumada, os analfas, a troco de alguns vinténs corruptos, enterraram os entendimentos constitucionais e impuseram o X vermelho nas procuradorias e a benzedura como testemunho e prova da verdade.
Aquelas bandas estavam sujeitas à mudança horária. Alguns cavalheiros mais aprumados exerciam as gargantes e electro-fosforizavam harpejos enrolados. Estridentes a ouro-traje, incomodavam os burgueses das frisas, gordos bonacheirosos e sonolentos. Começou cedo o obséquio e o foguetório rebentou a estrear. Alguns, mais zombos cambaleavam. A maioria caminhava em formação abençoando a ordem e a compasso destroçando a bota direita.
António Queixoto toma a palavra:
-Por mim fala a vox da ciência, Senhor Comandante, petrificamos o tempo e dividi-mo-lo em unidades. Chamamos-lhe potências re-ligadas ao Eterno, a máxima potência. Atrofiamos e depois renascemos.
O Senhor Comandante esboça um aceno:
- Parecem-me uns fanáticos sem abrigo. Muito úteis para causas subversivas.
Queixoto insiste e reluz:
- Aparentemente traduzimos a tragédia em moinhos de vento, assim o absurdo toma conta do real, a ciência não consegue estimar estes intervalos.
O Senhor Comandante tira o bloco da esquerda e algazarra:
- Muito bem! Vejo que estudou a lição. Siga a despacho.
Os analfas acordaram tarde. Muito ronco deu no que deu. O ronco engasga o bronco como diz o povo. Regressaram à escravidão aparelhada mais uma vez. Multiplicaram-se em séries conforme os preceitos do dia. Em séries numeradas.
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